Uso do MTA em retrobturação endodôntica

Uso do MTA em retrobturação endodôntica

Com aparição no ano de 1998 no mercado mundial, o Agregado de Trióxido Mineral (MTA) é um cimento obturador endodôntico conhecido como o verdadeiro milagre da Endodontia, devido aos resultados científicos comprovados.

O MTA é um material excelente para selamento, pois sua expansão de presa e integridade de selamento, baixa solubilidade, biocompatibilidade tecidual alta regeneração biológica e liberação de íons cálcio proporciona atividade antibacteriana.

Sua radiopacidade é excelente, e pode ser usado por condensação térmica, pois possui pontos de fusão em 150 ºC.

Possui uma boa capacidade de adesividade à dentina, tornando-o resistente às forças de deslocamento (resistência ao deslocamento), além de um poder de selamento maior que os outros cimentos, quando testado para avaliação da quantidade de infiltração de bactérias.

Está indicado para o tratamento de perfurações na região de furca, reabsorção interna, tratamento de perfurações radiculares via cirúrgica, quando houver a impossibilidade ou insucesso no tratamento da perfuração via canal, em cirurgias paraendodônticas como material retrobturador, proteção pulpar direta, pulpotomia, apicigênese e apicificação.

Metodologia

No caso relatado neste trabalho, o atendimento foi realizado no paciente que procurou a clínica da Universidade Tuiuti do Paraná. Por meio de exame intraoral, observou-se a presença de fístula na mucosa vestibular do dente 11, o que ficou comprovado por meio do rastreamento de fístula com cone de guta-percha e posterior exame radiográfico. Este revelou a presença de tratamento endodôntico insatisfatório e lesão periapical do paciente, que procurou a clínica de Odontologia da Universidade Tuiuti do Paraná, pois não ouve sucesso no tratamento endodôntico convencional feito anteriormente feito na própria clínica.

Para a realização da cirurgia, foi feita a anestesia local pelo bloqueio dos nervos infraorbitários, com anestesia complementar infiltrativas no ápice do dente, além do bloqueio do nervo nasopalatino. O anestésico utilizado foi mepivacaína 3% com adrenalina 1:100000.

O retalho escolhido foi de um paciente. A incisão foi efetuada com lâmina de bisturi nº 15. O retalho foi elevado. Foi realizada a osteotomia com broca de alta rotação da série 700, para ter acesso à região periapical. A lesão foi curetada com curta.

Com a broca foi realizada uma apicectomia e foram removidos 2 mm de ápice. A cavidade para retrobturação foi preparada com broca esférica, sempre sob irrigação com soro fisiológico, e então se realizou retrobturação.

O material retrobturador utilizado foi o MTA. Após a condensação do material na cavidade, removeram-se os excessos com uma cureta periodontal.

Por fim o retalho foi reposicionado e, então suturado. Foram prescritos um comprimido de sies em seis horas, por dois dias, de paracetamol 750mg. Em sete dias a sutura foi removida, e o paciente relatou um pós-operatório sem complicações.

Foram realizadas radiografias de controle, de seis messes e de um ano após o procedimento, notando-se perfeita cicatrização dos tecidos intraorais.

Caso Clínico

Paciente do sexo masculino, 51 anos, casado, negro, procurou a Universidade Tuiuti do Paraná, em 19 de fevereiro de 2013, para obturação do dente 11, queixando-se de um buraco na gengiva, em cima do elemento, por onde drenava grande quantidade de secreção purulenta.

Ao exame radiográfico, observou-se extensa área radiolúcidas, constatando uma fístula, lesão periapical envolvendo região periapical do referido dente.

Durante o tratamento endodôntico não foi possível o controle da secreção presente no dente. Mesmo após 23 dias de tratamento, com trocas da medicação intracanal, ocorreu à regressão da fístula, mas ainda persistia drenagem de exsudato via canal. Optou, então, pelo selamento definitivo da perfuração radicular, empregando o MTA e continuação com trocas de hidróxido de cálcio no canal radicular.

Devido à persistência do exsudato via canal, optou-se pela realização da obturação endodôntica, seguida de tratamento cirúrgico complementar (apicectomia) com retrobturação com MTA.

Decidiu-se, então, pela apicectomia com tratamento endodôntico transcirúrgico, usando MTA como cimento obturador. Foi realizada uma apicectomia cuidadosa, conservando assim, o máximo possível de estrutura dental.

No controle pós-operatório de sete dias, o paciente não apresentava sintomatologia que fosse incompatível com o ato cirúrgico realizado, sendo que a cicatrização se apresentava normal. Tal quadro persistiu por todo o período de acompanhamento, durante um ano, uma vez que a radiografia de um ano após o tratamento revelou neoformação óssea na região, comprovando o sucesso do caso.

Ao final do tratamento cirúrgico, o paciente foi encaminhado para o acompanhamento protético.

O presente caso ilustra a utilização do MTA para selamento de perfuração radicular e como material retrobturador após apicectomia.

Conclusão

De acordo com a metodologia utilizada neste trabalho, e considerando seus resultados, pode-se concluir que o MTA se mostrou eficiente na neoformação de barreira de tecido mineralizado, selando por completo a apical do canal.

 


autoraFernanda Maria Klimpel
Cirurgiã-dentista. Especialista em Endodontia. Especialista em Implantodontia. Especialista em Dentística Restauradora Estética.
fernandaklimpel@hotmail.com

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