Protetor bucal para esporte individualizado

Protetor bucal para esporte individualizado

Uma das responsabilidades do cirurgião-dentista que se dedica à Odontologia do Esporte é a proteção orofacial. Somos responsáveis pelo planejamento, moldagem, obtenção de modelos e confecção do protetor bucal, assim como pelos ajustes e acompanhamento do atleta durante o uso do equipamento.

Iremos abordar esse assunto em dois momentos. Nesta oportunidade, falaremos sobre protetores bucais para esporte individualizado. Na próxima, discorreremos sobre protetores faciais para esporte individualizados.

Protetores bucais são dispositivos intraorais confeccionados sobre modelo em gesso do arco dental do atleta, obtido por meio de moldagem específica. O material de eleição para sua confecção deve apresentar capacidade de absorver e dissipar energia de impacto advinda de choque entre competidores, piso de quadras e campo além de equipamentos de uso rotineiro nas diferentes modalidades esportivas.

Sua função é proteger os tecidos moles, como lábios e língua de lacerações; tecidos duros, como dentes de fraturas, avulsões e luxações; além dos ossos maxilomandibulares de fraturas, protegendo ainda a articulação temporomandibular.

Se o atleta estiver em tratamento ortodôntico, a confecção do protetor bucal deve acompanhar esta particularidade. Seu uso nesta situação deve ser prioritário, pois além de oferecer a proteção mencionada, ampara o atleta de qualquer intercorrência que envolva a aparatologia ortodôntica.

O material de eleição para a confecção de protetores individualizados é o EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila), comercializado em forma de lâminas e disponíveis em diversas espessuras e diferentes cores.

A ASTM (American Society of Testing of Materials) determina que o profissional responsável pela confecção do protetor bucal é o cirurgião-dentista, e afirma que este deverá ser confeccionado de modo individualizado, devendo respeitar limites pré-estabelecidos.

O protetor bucal normalmente é confeccionado para o arco dental superior do atleta, salvo àquelas modalidades que exijam seu uso no arco superior e inferior, ou se o cirurgião-dentista responsável pelo atendimento determinar a forma do uso, devido a alguma necessidade particular do atleta ou da modalidade praticada.

Muitos estudos voltados para determinar a geometria e a espessura do protetor bucal, considerado ideal, têm sido conduzidos desde sua primeira versão, no início do século, quando, a partir de modelos dos arcos superior e inferior do pugilista britânico Ted Lewis, “The Kid”, foi realizada a ceroplastia do dispositivo, inclusão em mufla e prensagem em borracha “velarubber”.

O protetor bucal deve permitir a respiração, a fala e a deglutição. Sua espessura deve ser de 3 a 4 milímetros em toda sua extensão. O equipamento precisa ser utilizado durante treinos e competições, sendo guardado limpo e seco, em box próprio.

O uso do protetor deve ser supervisionado pelo cirurgião-dentista, que determinará o tempo de uso e o intervalo para a substituição.

É importante que o atleta seja orientado sobre os benefícios trazidos pelo o uso do protetor bucal durante a prática do esporte, assim como as diferenças entre os protetores disponíveis comercialmente e os individualizados.

Lembre-se sempre que esta responsabilidade é do cirurgião-dentista que se dedica à Odontologia do Esporte.


Dr. ReinaldoReinaldo Brito e Dias
Cirurgião-dentista. Professor Responsável pela Disciplina de Odontologia do Esporte da FOUSP. Membro da Comissão Científica da Academia Brasileira de Odontologia do Esporte. Representante no Estado de São Paulo da Academia Brasileira de Odontologia do Esporte. Membro da Câmara Técnica de Odontologia do Esporte do CROSP. Presidente do Conselho Curador da FFO-Fundecto. Membro da Academy of Dentistry International.

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